"Dou-me à ti por inteira"
Dou à ti tudo o que emana de mim, tudo o que tenho de melhor
Entrego-me sem pudor, vou ao céu e trago-lhe a lua e as estrelas
Mas também lhe dou as minhas mazelas e o que tenho de pior
Dou toda a minha dor, os meus abismos e também as minhas tristezas!
Dou à ti as minhas paixões, os doces amores e os beijos ardidos
Dou-lhe o que em mim estava escondido, toda a minha loucura
A insanidade mais pura, o que me é incerto e também os meus medos
Rasgo o peito e dou-lhe a minha alma, meu sangue e toda a candura!
Dou à ti cada gota refinada de alegria existente dentro de meu ser
Dou-lhe o anoitecer e as riquezas de cada grão de areia do deserto
Dou-lhe tudo o que fomento, meus desejos no recôndito do meu querer
Tudo o que em mim quiser ceder dou à ti naquele sublime momento!
Dou-lhe meus deslizes e o alto preço que paguei por tudo o que fiz
Tudo o que comigo condiz, as minhas lágrimas de tristeza e de alegria
Todas as minhas fantasias e tudo o que nessa vida eu mais quis
À ti dobro-me a cerviz com euforia. Dou-me à ti por inteira, ó poesia!
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E como diz o poeta... "Escrever é sangrar", então vou sangrar mais um pouco. Bjos...