Fluoxetina
É o tempo de flores amarelas,
pálidas e tão desinteressantes,
comuns e tão resistentes.
Como poetas de ação mecânica,
como músicos de notas soníferas.
Repouso a cabeça na mesa fria,
como frio está o coração,
que olhando as flores á luz do dia,
vê mulheres bobas suspirantes.
Passantes parvos se intrigam,
com minha primaveril virulência.
Um vegetal humano lascivo,
cuspindo poesia que não é minha,
feito da mediocridade de corações alheios.