Como um Sopro Atiça a Alma
Tua voz manhosa atiça minh’alma
Que fl ama o vão sossego do corpo
Tua promessa apressa minh’calma
A pulsar o sangue como um sopro
Tua voz manhosa causa-me afl ição
Eretiza o corpo como ondas do mar
Tua artimanha ofusca minha visão
Lúcida sensatez já não pode operar
Tua voz oculta é corpo tão presente
Demência pode se antever a ilusão
Quando adágio torna-se a libertação
Quão presente jaz em mim oh, Mar!
Sinto tuas mãos afagando meu corpo
Num sacolejar intenso d’uma garrida
GERSON LOURENÇO
MESTRE EM LITERATURA E CRÍTICA LITERÁRIA PELA PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE DE SÃOPAULO (PUC/SP), PROFESSOR DE LÍNGUA PORTUGUESA, LITERATURA, ESCRITOR, POETA, COMPOSITOR, COORDENADOR NACIONAL DO PROJETO POETAS INOCENTES.
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