COMO SEMPRE ESTOU SOZINHO
No final de cada madrugada é perceptível
um princípio de intriga entre a luz de
um novo dia e as últimas horas da noite.
Inerte presencio a contenda tentando entender
a razão de tanta privação na penúria e
obscuridade do que se pretende.
Julgo que a razão esteja entre as nuvens
ou no interior de mim mesmo, e por mais que
que tenha me empenhado não consigo
encontrar uma solução.
Já me arrisquei demais e com sérios riscos,
inclusive expondo-me ao ridículo, não há indicação
que estou acompanhado, até os amigos
mais chegados bateram em retirada.
Posso encerrar-me em um cubículo ou
simplesmente caminhar para concatenar
meus pensamentos, e depois de tudo
é bem possível que desfaleça de exaustão.
Mas lá no recôndito de um coração, a
razão sempre esteve presente, é que pela
tangente procurei me valer de outras
alternativas, só para dizer que te amo.
Logo se percebe que as ondas geradas
por um sentimento sincero alcança dois olhos
hipnotizados, mas o que fazer se o amor
de hoje está desvalorizado.
Mire meus lábios alienados
desejosos por um beijo que ainda não se deu,
por fim, note meus braços em pleno folguedo
em um jardim extinto, a espera de uma flor
que talvez não vá nascer...