Poema 0924 - Um certo corpo

Não quero dizer seu nome,

só que está aqui comigo,

junto caminhamos nossos desejos,

como fossemos os últimos no mundo.

Tomei seu corpo como meu,

fui dono, arrombei como se fosse parede,

roubei os gostos, tomei seu sabor,

foi noutra noite, como se fosse última.

Abrace-me hoje, sou o infinito,

a vida que perdeu em alguma paixão,

ficarei mais um dia, não eterno,

estarei sempre no seu último para sempre.

Diga se ainda existem mais amores,

não como qualquer um,

assim feito em céu, só pra nós, e abandonados,

como se fossemos últimos amantes.

Deixa-me perder a razão mais uma vez,

enlouqueça-me, nada é do mundo,

faça meus sonhos, seja um,

que os músicos toquem uma última vez.

Estou indo a caminho de outra vida,

levo o gosto do seu corpo,

o perfume que fica depois de fazer amor,

é certo que foi meu um dia, uma última vez.

15/12/2006

Caio Lucas
Enviado por Caio Lucas em 18/12/2006
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