A múmia

Ressoaram os gritos da puritana enfeitada

No seu desencanto estava de canto, próximo a janela de madeira.

Punha-se a chorar pelo seu nobre que decidiu pelo clero e pela a Igreja seu amar.

Congelante estava seu olhar

Se, pois a mirar a estrada da finitude.

E levemente escorria sua lagrima servindo-lhe de laque rosado.

A despedida forçada lhe fez se despir de seu bocado do bom-bocado.

Não pronunciou nenhuma palavra

Não pode se refazer

E ali ficou até o entardecer.

Passaram mil anos, e ainda estava a beira da janela de madeira

A rua de terra agora estava vestida de asfalto

E só ficou a casa velha em meio os prédios modernos

Seu vestido era trapo, seu olhar ficou fraco.

Não havia brilho no seu olhar

Mas parada, ainda estava lá.

Somente com sua pele à sustentar, ainda estava lá.

Mumificada pela falta de amor

Mumificada pela covardia de se refazer.

guido campos
Enviado por guido campos em 13/09/2011
Código do texto: T3217694
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