LÁGRIMAS NA CHUVA

Ninguém verá as minhas lágrimas

Estão misturadas com a água da chuva

Rolando pelo o meu sofrido rosto

Olhar perdido e sem esperança

Almejando um pouco de tranqüilidade

Poder descansar em qualquer canto

Desde que seja sujo e solitário

Pois um erro não se conserta outro

O perdão só é válido quando há doação

De espírito, de coração e mente.

A Matemática não pode me ajudar

A Ciência pouco consegue avançar

A Estatística nem calcula tudo isto

A Literatura pelo menos a Literatura

Pode se realizar uma grande obra

Na vida daqueles que querem ler

Uma frase, um texto, uma reflexão

Extraídos de um algum livro

Escrito através da vida

Por um escritor ou poeta anônimo

Jogados na sarjeta de uma sociedade

Exilado no mundo impenetrável

Da consciência censurada

Pelos ouvidos dos poucos promíscuos

Que se denominam intelectuais

Por dançarem no palco da economia

Desfilarem nos camarotes da omissão

Por fazerem aquilo que não gostam

E viver uma vida de aparências.

Então, não me dêem uma mão

Prefiro chorar sozinho nesta chuva

Do que ser igual a qualquer um.

Antonio dos Anjos
Enviado por Antonio dos Anjos em 12/09/2011
Código do texto: T3215409
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