LÁGRIMAS NA CHUVA
Ninguém verá as minhas lágrimas
Estão misturadas com a água da chuva
Rolando pelo o meu sofrido rosto
Olhar perdido e sem esperança
Almejando um pouco de tranqüilidade
Poder descansar em qualquer canto
Desde que seja sujo e solitário
Pois um erro não se conserta outro
O perdão só é válido quando há doação
De espírito, de coração e mente.
A Matemática não pode me ajudar
A Ciência pouco consegue avançar
A Estatística nem calcula tudo isto
A Literatura pelo menos a Literatura
Pode se realizar uma grande obra
Na vida daqueles que querem ler
Uma frase, um texto, uma reflexão
Extraídos de um algum livro
Escrito através da vida
Por um escritor ou poeta anônimo
Jogados na sarjeta de uma sociedade
Exilado no mundo impenetrável
Da consciência censurada
Pelos ouvidos dos poucos promíscuos
Que se denominam intelectuais
Por dançarem no palco da economia
Desfilarem nos camarotes da omissão
Por fazerem aquilo que não gostam
E viver uma vida de aparências.
Então, não me dêem uma mão
Prefiro chorar sozinho nesta chuva
Do que ser igual a qualquer um.