Palavras 0454 - 24 horas

Já é noite e não sinto falta de você,

nem do seu corpo, a pele perfumada,

dos beijos que guardei na sua boca,

do inteiro prazer que tomo do seu sexo,

não, não sinto falta de nada por agora.

Quando amanhecer, continuo não sentindo,

mesmo lembrando o nosso banho,

dos toques maliciosos sob água quente,

os seios apontados a me provocar,

as línguas indo e vindo devagar

e depois muito rápido até os corpos relaxarem

para que os gozos derramem dos sexos.

Não tenho lembranças de você, nem do carinho,

dos cabelos molhados derramados sobre meu peito,

o perfume do pós banho, a toalha que cai

revelando cada detalhe do seu corpo pecador,

seu jeito matreiro de se mostrar pro espelho,

fazendo-me excitar sem vergonha.

Não, não me lembro dos seus olhos, do rimel,

da sombra que às vezes muda de cor, do batom,

que sempre lambuza minha boca com a sua

e às vezes espalho pelo seu rosto tudo meu,

cada gota do amor que da paixão ejacula o prazer.

Quase meia noite e não lembro você,

o gemino ainda ecoa no meu travesseiro

falta-me tudo, falta-me toda, falta-me corpo

e o amor que me falta na noite e o dia inteiro.

12/09/2011