Margarida

Uma flor despetala-se.

Bem-me-quer

Mal-me-quer...

_ “Me queres bem?

Então porque te vais?

Então porque te esvais

na penumbra da noite?

Por que me deixas só?”...

Tão cedo uma flor despetala-se

É só perfume e calma

E um não saber dizer...

É tanta dor que circunda

o despetalar de uma flor.

É preciso que o tempo passe

pra dialogar com o torpor.

Somente a saudade é sábia

E nunca nada lhe falta

Pois recompõe a flor.

Junta pétala a pétala

Evoca o perfume, a cor.

Com esmero, com cuidado

Eis a flor ao nosso lado.

A poesia – dialética contradição:

Alia-se à saudade.

Torna lúcido o coração.

Uma flor despetala-se

no entardecer da vida

Sempre será cedo.

Mar ... ga ... ri ... da ...

Para a minha vó, Margarida (In memoriam)

08.04.04 QUI 18:05.

Josely Margarida
Enviado por Josely Margarida em 11/09/2011
Reeditado em 09/07/2015
Código do texto: T3213968
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