A CIGANA LEU MINHA MÃO!
Onde será que ela está
Nos confins do mundo
Noutra mesma prisão deixando-me desolado
Saiu deste coração abandonado congelado
Desovado que perdeu sua fórmula secreta
Está sem rumo sem direção sem meta
Se não existir o caminho
Eu invento um para te achar
Pra te trazer de volta pro meu lar
Construo uma nova rota pra te encontrar
Peço pra uma velha cigana
Ler um mapa nas linhas da minha mão
E seguirei todas as linhas sem exaustão
Linhas da Vida, Cabeça, Coração
De Saturno, Apolo, Mercúrio
Se não estiveres num deles
Partirei para os montes
De Vênus, Júpiter, Marte, Sol, Saturno
Mercúrio e lua... Volto pra rua sem meu vulto
Onde será que ela está
Não a encontro em nenhum ponto
Tanto tempo viajando a sua procura
E nesta insana loucura minha viagem acaba
Fim do meu culto!
Por ela chegaria até o fim do mundo
E outro construiria, mas acabou
Estou exausto e abatido tudo naufragou
Volto pra casa e pra minha surpresa
Ela está na varanda na cadeira de embalo
A minha espera perguntei a ela
Como havia entrado?
Redarguiu e me mostrou
As chaves que debaixo do tapete
Nosso segredo guardado
Eu havia deixado!
Pra minha alegria me abraçou
Beijou-me dizendo que muito
Arrependia-se por isso voltou...
A velha cigana tinha razão
Dizendo que haveria de encontrá-la
Onde menos se esperava
Procurei no mundo todo em vão
E ela estava dentro de nossa casa
Pra alegria deste novo coração...