AMOR DE POETA
Um Poeta não tem amor
(quase nunca)
Um poeta tem amores.
Como regra, platônicos
(quase sempre)
O Poeta não tem normas
Formas ou Fôrmas
Nem Fórmulas
Não espere que com amor
se compre
se domine
se conquiste
O Poeta.
De um Poeta não se apropria.
Ele é propriedade
(nunca privada)
da Poesia e não de quem
ou do que lhe inspira.
Amores em maresia
que no coração comum corrói
(no do Poeta se constrói)
O coração do Poeta é público.
Ele publica seus amores
em escritas de Eu.caristia.
Sua escrita é hóstia
para agora e sempre.
O Poeta nunca morre.
Se morre, renasce no próximo poema
e a Poesia, em outra carne
-reencarnação eterna-
Leonardo Lisbôa.
Barbacena, 07/10/2006
POEMA 421 – CADERNO: CESTA DE VIME.