SEM RUMO

O balanço do barco na proa

Embala em mim, a solidão

O mar, cor de neve, da garoa

Turva-me a vista, sem visão

Uma garoa repentina

Cai do céu, escondendo as cores

Fina como a neblina

Comum entre os açores

Estou longe, muito além

Rodeado de água e céu

No barco sem ninguém

à deriva, jogado ao léu

Olho para a revolta das águas

Imagino o que a causou

Talvez um amor tão grande qual o meu

Por isso o mar se revoltou

Então recolho a âncora e retorno

Volto à terra, para o cais

Deixo lá o meu amor

Pois não vou te amar mais.

Luis Roggia
Enviado por Luis Roggia em 06/09/2011
Reeditado em 06/09/2011
Código do texto: T3204642