Contemplação
Quantas vezes o pudor me salvou.
Quantas vezes as tardes eram ingenuas.
Quantas vezes me tornou plena.
Não deixou de me fazer o bem,
Nem por um minuto sequer.
Pois continuo um segundo na sua mente
Na vida, na morte, nos seus sentidos.
Quantas vezes me fez sorri de medo,
Me fazendo renascer o espanto.
Quantas vezes te quis meu bem,
Sem falar nada ou filosofar tanto.
Por um segundo que te vi sem respirar
Por uma vida te quis só pra pode falar.
O que os olhos não quiseram renegar.
Sabe Deus o quanto ainda sofri,
Por não poder falar, meu querido.
O quanto ainda poderia te fazer o bem
O quanto ainda poderia orar por você.
Sabe é o que sempre queria
E mais ainda do que poderia carregar.
O pudor não poderia me carregar agora
Ele estava do lado de fora da porta,
Me olhando pelo buraco da fechadura.
Contando com uma boa oportunidade pra entrar.
Sabe Deus o amor que te tive
Ao te deixar partir assim, meu querido.
É o que mais queria da vida
Meu querido.
É a liberdade que quis ter
Por caminhar por anos e anos.
Pois não duvide que te amei
Nem por um segundo, meu querido.
É mais do que sempre quis ter
meu querido.