Contemplação

Quantas vezes o pudor me salvou.

Quantas vezes as tardes eram ingenuas.

Quantas vezes me tornou plena.

Não deixou de me fazer o bem,

Nem por um minuto sequer.

Pois continuo um segundo na sua mente

Na vida, na morte, nos seus sentidos.

Quantas vezes me fez sorri de medo,

Me fazendo renascer o espanto.

Quantas vezes te quis meu bem,

Sem falar nada ou filosofar tanto.

Por um segundo que te vi sem respirar

Por uma vida te quis só pra pode falar.

O que os olhos não quiseram renegar.

Sabe Deus o quanto ainda sofri,

Por não poder falar, meu querido.

O quanto ainda poderia te fazer o bem

O quanto ainda poderia orar por você.

Sabe é o que sempre queria

E mais ainda do que poderia carregar.

O pudor não poderia me carregar agora

Ele estava do lado de fora da porta,

Me olhando pelo buraco da fechadura.

Contando com uma boa oportunidade pra entrar.

Sabe Deus o amor que te tive

Ao te deixar partir assim, meu querido.

É o que mais queria da vida

Meu querido.

É a liberdade que quis ter

Por caminhar por anos e anos.

Pois não duvide que te amei

Nem por um segundo, meu querido.

É mais do que sempre quis ter

meu querido.

Naty Silva
Enviado por Naty Silva em 06/09/2011
Código do texto: T3204282
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