À prometida II
Dá-me, oh, mulher d’estrelas
As tuas promessas,
Os teus sorrisos de paixão;
Rumor de cantigas presas...
Meu coração, ora pulsante,
Ora frenético e triste;
É teu cais distraído
Nas vozes que a persiste...
Horas doces, horas loucas
Passam por mim em vão,
No sol que queima
O meu inerme coração...
Nas luzes de velas mortas
O teu crepitar imagino
Como fada entre os lírios
A prover o meu destino...
E vêm a mim os imunes,
— Sei lá se sentem dor,
Perguntam-me sorrindo:
Por que sonhas o esplendor?
Respondo em meio pranto:
Amor cá, é tudo em vão...
Não igual, qual dela eu vejo
Lá brilhar na imensidão...
Até as rosas de setembro
Já me perguntaram um dia:
Por que não vês a primavera,
Por que não te é idolatria?
Enquanto os mentirosos
Disfarçam-se em sorrir,
Eu adormeço em tua graça
Na espera de me vir...
Minhas flores são da noite
Onde pisa o meu sonho
Cheirando perfume de lírios
No luar que te componho...
Lindos são os teus olhos
D’estrelas que não mentem,
Enquanto astros choram
A mentir o amor que sentem!
(Poeta Dolandmay)