Entrega
Dobra meu coração amigo diante de tua pretensão terna
Não é anjo, é devasso do céu, demente, escasso, agro,
Somente, dolente e inebriado de amor.
Nata da existência e da alcoolizada invenção
Do terno viver amadurecido, criança, deus...
Abalizado, imaculado, abstinência bucólica,
Atrevido, prático, brilhante, delicado e insano...
Que traz para te dar esta imprecisa pessoa?...
Da ingênua música infantil só a mansidão,
Apenas versos do compositor, também subdivisão,
Como bebida que ainda descansa no jarro
Um pouco de incômodo, talvez nada de anseio.
Somente devassidão, uma certa paixão!
Uma coisa intensa e esplêndida tirada deste peito
Que receias, ambicionas, ignoras e imaginas.
Apaziguas este coração delicado, esta vontade oculta
Que poderá com cereza te dar simplesmente
Grande ternura para que vivas em paz!