Entrega

Dobra meu coração amigo diante de tua pretensão terna

Não é anjo, é devasso do céu, demente, escasso, agro,

Somente, dolente e inebriado de amor.

Nata da existência e da alcoolizada invenção

Do terno viver amadurecido, criança, deus...

Abalizado, imaculado, abstinência bucólica,

Atrevido, prático, brilhante, delicado e insano...

Que traz para te dar esta imprecisa pessoa?...

Da ingênua música infantil só a mansidão,

Apenas versos do compositor, também subdivisão,

Como bebida que ainda descansa no jarro

Um pouco de incômodo, talvez nada de anseio.

Somente devassidão, uma certa paixão!

Uma coisa intensa e esplêndida tirada deste peito

Que receias, ambicionas, ignoras e imaginas.

Apaziguas este coração delicado, esta vontade oculta

Que poderá com cereza te dar simplesmente

Grande ternura para que vivas em paz!

R J Cardoso
Enviado por R J Cardoso em 16/12/2006
Reeditado em 17/12/2006
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