O AMOR NÃO MORRE, RENASCE!
Eu tinha que pagar por tudo
Era um condenado nesta vida
Não podia viver com o coração mudo
Agora sigo livre dei a partida
Eu paguei tudo que devia nesta vida
Não deixei nenhuma mágoa pra trás
Cometi alguns enganos faz parte da descida
As marcas da tinta limparam-as com aguarrás
Brigamos muito mais do que nos acariciamos
Uma vida de fachada concreto e calçada
De que me adianta seguir se fechamos
Todas as nossas estradas
Quantas vezes sujastes o meu rosto ao vento
Eu pegava minhas sobras e sumia
Depois como um cão sarnento
Voltava arrependido pra sua cria
Mas as coisas mudaram com as dores
Uma frieza glacial tomou conta de mim
Não há caminhos pros perdedores
Pro amor não tem chegada não tem fim
A chave tá na escolha
De nada me serve o vale das flores
Se nada há nele que com amor se recolha
Se o colorido murchou-se com minhas dores
Recolhi os polens de minhas lagrimas
Joguei-as no vento do esquecimento
Eu lhe agradeço a frieza tumular de suas rimas
Mesmo na sepultura brotam flores ao vento
Preciso respirar o ar dos bosques
Colher nas bocas frescas o beijo orvalhado
Sentir o veludo de uma pétala com o toque
Voltar a ser primavera depois de ter-me congelado
Olhar a inocência contida no olhar
Tentar ver uma fada que me faça reviver
Preciso renascer das cinzas e voar
Conhecer uma alma viva pra sair deste adormecer
Quero minha vida de volta pra me soltar
Os dias felizes que me roubaram em furta-cor
Não podemos fazer o rio voltar
Nem colher na relva sempre a mesma flor
Mais eu posso fazer dos dias perdidos
Uma viagem mais rápida e esquecer o que passou
Se eu me atirar na correnteza de um novo amor
E desaguar na imensidão do mar que o tempo me roubou