Entrega

Do que posso,
Ofereço-te como forma de retribuição o bem que me faz.
Aqui jazia um corpo inerte, alma sem vida, vida sem paz!
Agora volta a sentir o riso,
Sonoro sentimento ecoa internamente
A ti confio corpo, alma e pensamento
Gratidão de redescobrir-me!
No silêncio, palavras não ditas, desejos sinônimos
Preservo por ti o que há de melhor em mim
Ato de amor sereno!
Aclive de maturidade.
Se do todo restar-me o nada
Ainda assim guardarei lembranças
Índole de quem aprende a verter alegria.
A ti, aquele a quem confio
Fio a pavio
Viajarei de navios,
Sem nunca estar em alto mar.
É do delírio que sentirei a vibração das ondas.
A brisa nos cabelos úmidos
O sonho que acordado vive
Eterno amor que nunca tive!