Uma Noite Eterna…
E tu pensas
No que te fez sofrer
Compreendendo se calhar tal demais
Que tal não rima
Com
“arrepender”
Um estado dualista de alma
Que também é físico
Porque apesar de estares a andar
Sentes
Que nem sequer te estás a mexer…
Sentes que estás no chão
Que te estás a erguer
Em fase de recuperação
Embora estejas de facto no estado contemplativo
Passivo
Inoperativo
Que é o principal responsável
Pela tua eterna
Falta de poder de decisão…
Decidir não apenas
O que está certo
Ou o que está errado
Ter a capacidade de decidir agir nesse sentido
Mas realmente não ages
Porque nunca sentiste necessidade de tal
Porque apesar de todos os erros recorrentes
Das tuas acções
Ou falta delas
Tens sempre alguém a teu lado…
E assim
Aquilo que descobriste ser a noite
E não o dia
Aquilo que te toca
E que te irá tocar
Não é algo de temporário
De transitivo
É algo de permanente
De definitivo
E sim
Terás sempre alguém contigo
Mas nunca
Jamais
Te sentirás acompanhado
Na crueza
Da mais cruel das razões
Mais clarividentes verdades
A maior solidão
É aquela que é Sentida
Aquela que nos faz estar num beco sem saída
Mesmo que estejamos numa avenida
É aquela que sentes agora
Sentirás amanhã
E no dia que se seguirá
É aquela que vem dentro de Ti
E que te rouba o que tens de mais precioso:
A tua paz…