O Final dos Tempos…
Cheio de contratempos
De naturais vicissitudes
Mas isento de teatralidades
Sendo que foi neste lado genuíno
Que apesar de quase findo
Que descobri
Que jamais morreria
Aquilo que nunca tivemos juntos:
Uma comum virtude…
Porque no final dos tempos
Depois da poeira assentar
E a arma tiver rebentado
Depois do último tiro
Disparado
Em direcção à nossa cabeça
Descobrimos tal demais
Que tal foi em vão
Porque o afecto não se mata lá
Mas no coração…
E foi nesse lugar escondido
Para sobrevivermos
Que entrámos numa densa hibernação
Onde nada sentimos
Ou fingimos nada sentir
Onde nada vimos
Ou disfarçámos nada ver
Onde sonhámos
Que tudo era virtual
E dessa forma
Se o era
Não o era de facto
Não nos podendo fazer mal
E assim o tempo passou
Tudo mudou de lugar
As estações sucederem-se umas às outras
E foi no final dos tempos
Na aurora de novos
Que assistimos ao seu nascer
E foi nesse fim de tudo
Nesse começo
Que a história se repetiu
E te voltei a encontrar
No motivo claro
Que muitos querem que passe por obscuro
Que nunca se perde a Fé
Quando se preserva o alento
Eu segui a cartilha escondida
Desmenti os dados
De um jogo algo viciado
Ficando feliz
E não triste
No Final dos Tempos…