Agora não gosto mais de poemas!
Agora não gosto mais de poemas!
Parecem melancólicos e avisto
você bailando pura nas linhas
do poema que sorvo mudo.
Agora não gosto mais de poemas!
Quem sabe eles se emudeçam
e você fuja das tristes partes
que gritam e me consterna.
Agora não gosto mais de poemas!
Uns poemas doces que falam
de um amor que teria de ser
eterno, mas que foi tão etéreo.
Agora não gosto mais de poemas!
Parecem que estão minguados,
mostram-se falsos; perderam
o néctar que me embriagava.
Agora não gosto mais de poemas!
E, enquanto durar a saudade
neste peito, não degustarei
mais; e, infeliz, fenecerei!
Agora não gosto mais de poemas!
É que mesmo linda e meiga; sei
que é falsa a silueta nas letras.
É no peito que te guardo sempre!