Amor Errante

Se eu soubesse definir o amor

eu voltaria aos princípios nossos

e encontraria você sempre inteiro

como uma nuvem planando no céu

e desfazendo no chão...

O amor é assim:

muito bonito e alto e límpido...

Mas, às vezes é água,

e o mundo parece esquecimento.

O amor não tem uma altura exata...

Por ser incerto é nuvem que às vezes chove...

Como seu olhar que me olha fundo

e me surpreende indo ao chão.

Se o amor fosse rente e firme

eu lhe aceitaria para sempre.

Mas esses pingos de sentimento

Ferem-me o coração.

Aí eu me calo; aí eu me aquieto,

e nossas noites viram sonhos.

Quem me dera ter você nos braços entre lençóis...

Por um dia, por mil dias.

Mas este amor que é o meu amor

não sabe ser amor.

E você some entre meus dedos, entre minhas nuvens.

E o ar... o ar? O ar me falta.

Neusa Azevedo
Enviado por Neusa Azevedo em 01/09/2011
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