Um pouco de Ti…
Numa luz que se dilui
Que se evanesce
Na escuridão
Tal como estas palavras o irão fazer
Perante o grande juiz final que é o tempo
Nada restará que nos faça recordar
Só as memórias de certas pessoas
Em quem de alguma forma
Nos calhou tocar…
E esse quase nada
Do que foste
Do que és
Segue em mim o mesmo percurso
Que fizeste da luz à escuridão
Restando no final
Um nada
Que apaga das memórias
As coisas menos dignificantes
Ou mais escondidas
Que foram ditas
Ou sentidas
E por isso o tempo
Além de juiz
Também serve de sacerdote
E me dá uma bendita absolvição…
Porque se o tempo é o elemento determinante
Entre o útil
E o acessório
Entre a essência
E a aparência
É o tempo que relativiza tudo
É o tempo que torna a mais profunda dor
Em algo com que se possa viver
Se possa suportar
Embora não desapareça nunca
Uma espécie de sonho
Sob o qual um dia, uma noite adormeci
Ou então em mais uma frase feita
Que não faz justiça ao que senti
Apenas mais uma frase…
Um pouco de Ti…