Sentir em Plenitude

Movido pelo calar emanado das estrelas,

Visto-me em versos inundando

Meus sortilégios, minhas dores,

Com o ecoar desta voz que voa,

Plana como um albatroz sobre o mar!

Em aliança a lua me traz entre luminárias,

Teu sussurro no desejo mais insano

Pintando minhas folhas de nostalgia,

Deixando ofuscada a pureza

Deste quadro inebriado pela solitude!

Num dançar mitológico,

Os tecidos da janela te criam,

Despem-te como uma rosa aflorando

Ao jardim, aos ensejos tatuados n’alma,

Dando-me em quimeras o sentir em plenitudes!

Na ardência das chamas,

O orvalho multiplica divagares

Insinuando palavras, cidadelas gentis,

Melodias no compasso do amor,

Prosaico feito o avesso etéreo em saudade!

Auber Fioravante Júnior

29/08/2011

Porto Alegre - RS