AMOR CATIVO
Sinto-a surdir pelos meus poros
Nesse amor ingente lindo sem fim
Aturdido ante a profusão de meu querer
E por ele me jogo por inteiro e inerme
Na certeza de vencer qualquer procela
Pois sinto em meu âmago todo teu fulgir
Lemos nele todo esse doce enlevo
E minha Valença será teu regaço
E amar-te-ei ante todo o holocausto
Apaixonado extasiado e fagueiro
Sem ti meu olhar torna-se proscrito
Fosco e sem nenhuma alegria
Contigo a tudo seguirei incólume
Nesse desejo por ti assim desabrido
Cativo dessa tua deliciosa refulgência
Delineado por esse querer adusto
Diurno e sofregamente noctâmbulo
Sonhando contigo em nosso tálamo
Onde me ilumina tua fosforescência
E em todo meu amor vem reverberar
Tornando-o totalmente diáfano
Fazendo minha tristeza esvair
E minha alegria plena surdir
Onde o lhe amar medra e avulta
Por isso procuro dizer-lhe constantemente
Nessas singelas palavras que aqui transcrevo pois
“Verba Volant, Scripta manent”