Poeta, a dor tem muitas faces.
A minha, a tua, e a de todos nós!
Em verso ou em prosa, na rima pobre ou na rica,
A dor é texto nobre.
Acalenta a fé no pobre,
E emudece o rico, que com ela nada pode.
 
Por isso poeta, tecer versos de alegria,
Só é possível, após, tortuosa dor.
Não dispense, esta senhora régia, de faces nebulosas,
 
Queira a utilidade de sua justiça,
A serventia de sua nobreza,
E a delicadeza na sua aspereza.
 
Poeta, se sofreres pela queda do amor;
Ou pela queda da ultima flor,
Não te importe com a rima!
Saiba o que ela encima.
 
E não digas: Para que serve a dor?
Se já perdi meu amor.
 



A saber:


Nanã Buruku (ou Nanã, Nanã Buluku, Nanã Buru, Nanã Boroucou, Nanã Borodo, Anamburucu, Nanã Borutu).

É um nome pertinente a um vodun e orixá das chuvas dos mangues do pântano da lama (barro molhado), senhora da morte e responsável pelos portais de entrada (reencarnação) e saída (desencarne). Identificado no jogo do merindilogun pelos odu ejilobon e representado materialmente pelo candomblé através do assentamento sagrado denominado igba nanã.  É o arquetipo do amor  maturado, livre dos rompantes juvenis é a sabedoria da velhice, a paciencia caritativa.


iMAGEM:   Agnes do Santo 
http://agnesdosanto.blogspot.com





Olimpio de Roseh
Enviado por Olimpio de Roseh em 30/08/2011
Reeditado em 31/08/2011
Código do texto: T3191616
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