Adeus Poesia
Cansei-me!
De rimas e versos;
Isso não me interessa mais.
Adeus caderninho,
Foste fiel a cada momento.
Não me entendas mal;
Esta vida nunca foi minha,
Dela não sentirei falta.
Noites em claro,
Silêncio e solidão;
Como pode alguém
Disto gostar?
Não, não, não...
Já me chega o cansaço
Da labuta diária;
A mim me basta isso.
Quero ter uma vida normal;
Sem precisar olhar o céu
Para fazer algo produtivo.
As ondas do mar
Já não dizem nada.
O vento emudeceu-se.
Nem girassóis conseguem
Chamar minha atenção.
Mas se um dia eu desconfiar,
Que seu olhar me procura;
Talvez eu volte ao que era.
Posso começar por bilhetinhos;
Se não surtirem efeito,
Sou capaz de fazer um soneto.
Até arriscaria um cordel,
Se isso te alcançasse.
Sinto lhe dizer, minha querida,
Mas o único lugar,
Onde a poesia faz morada,
Ainda são teus olhos...
E por teu olhar, eu,
Voltaria a ser poeta.