Adeus Poesia

Cansei-me!

De rimas e versos;

Isso não me interessa mais.

Adeus caderninho,

Foste fiel a cada momento.

Não me entendas mal;

Esta vida nunca foi minha,

Dela não sentirei falta.

Noites em claro,

Silêncio e solidão;

Como pode alguém

Disto gostar?

Não, não, não...

Já me chega o cansaço

Da labuta diária;

A mim me basta isso.

Quero ter uma vida normal;

Sem precisar olhar o céu

Para fazer algo produtivo.

As ondas do mar

Já não dizem nada.

O vento emudeceu-se.

Nem girassóis conseguem

Chamar minha atenção.

Mas se um dia eu desconfiar,

Que seu olhar me procura;

Talvez eu volte ao que era.

Posso começar por bilhetinhos;

Se não surtirem efeito,

Sou capaz de fazer um soneto.

Até arriscaria um cordel,

Se isso te alcançasse.

Sinto lhe dizer, minha querida,

Mas o único lugar,

Onde a poesia faz morada,

Ainda são teus olhos...

E por teu olhar, eu,

Voltaria a ser poeta.

Luiz Luz
Enviado por Luiz Luz em 30/08/2011
Código do texto: T3191135
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