TEU CORPO MOLDURA VIVA
É noite de entrega
A paixão é cega
Nada de regra
Nada de pudor
Noite negra
Purpurina sem cor
Tua negra pele
Um manto enegrecido tecido de céu
Um corcel cego de indizíveis sensações
Expressões desconexas
Anexas ao pé do ouvido
Enxertos de poros
Exploro tua imensidão
Sedução caminho sem chão
Aperto tua mão
Comunhão!
Sábios lábios gemem
Como uma procissão
Oram e calam sugam
O que palavras enxugam
Jogam pra fora excomunhão
É noite estrelas aparecem
Agradecem a escuridão
Começo o que não findo
Teu corpo imensidão
Nele vou indo e saindo
Sem direção...
Manso como um cordeiro
Navio negreiro
Nos mares imensos se abrindo
Teu corpo lindo tecido refulgindo
Se abrindo na fímbria madrugada
Sou teu homem minha amada
Agora somos um só corpo
Fremente nesta noite orvalhada...
É noite ainda tu é a brisa
E eu sou o açoite que não finda...