R E F A Z E N D O

A dor da desilusão transforma demais,

Antes altivo, perspicaz, inteligente, audaz...

Depois, reduz o ser ao quase incapaz,

Solidão na proporção dos copos de bebidas ingeridas,

Tentativa obstinada e desesperada , por uma saída,

Trazendo de volta o normal da vida,

Impiedosamente, derruindo-se por uma despedida,

Desumanamente impigida como punição,

Delírios do coração que não resistiu a tentação,

Submissão aos caprichos e perigos de uma paixão,

Não se dispondo, sequer, a medir a extensão dos martírios,

Conseqüência de uma insidiosa ousadia irracional,

Das noites de insônia, borbulhando lembranças, latejando vontades,

Do olhar preso ao teto diluindo-se em oceanos de saudades,

Interrogação, incompreensão, sentença precoce, piedade...

Por dentro o sofrimento amolda o ser inexoravelmente,

Ser assim, como eu: Carente, carregando consigo uma dor pungente,

Sentado , resignado em voo de primeira classe,

Sem rumo, sem escalas, nem previsão do chegar...

Ressabiado pela dor lascívia e o sofrimento, ali mesmo, no inferno emocional...

Limpando o sangue dos olhos para enxergar novos horizontes,

Esperançoso e confiante em novas possibilidades,

Felicidade como supressão dessa agonia inercial, ato final,

Eis de repente... uma nova luz, retirando-o do passado atroz...Um novo sonho surgiu...

O sangue fez atalhos no corpo, as idéias lentamente respingaram,

O mundo emitindo uma infinidade de luzes e cores encantadas...

Antes de qualquer noção, o coração se antepondo a tudo, palpita, enfeitiça e energiza vontades...

Força interior faz festa quando cada partícula do corpo atesta solenemente, que a felicidade...

Só existe de verdade, no coração dos capazes de abraçar com toda intensidade, um novo sonho de amor...

....

Paullo Carneiro
Enviado por Paullo Carneiro em 28/08/2011
Reeditado em 28/08/2011
Código do texto: T3186469
Classificação de conteúdo: seguro