POEMA FORA DO EIXO
Minha bocas ressecada
De sal e solidão
Anestesiada, esperam as gotas
Do amor que não virá
Sua boca úmida
Última estação
Para onde meus sonhos
Ainda teimam em partir
Mas estou cada vez mais distante
Um corpo no espaço
Vagando no espasmo dos desejos
Numa atmosfera nua
Carrego comigo
As marcas do teu abandono
Na minha face,
Cada vez mais visíveis
Porque o tempo me exaspera
Um moinho
Me moendo
Nos ermos da noite
Contudo, ainda creio na flor
Creia, ao lado da cerveja fria
Minha boca vazia
Ainda fala de amor!