POEMA FORA DO EIXO

Minha bocas ressecada

De sal e solidão

Anestesiada, esperam as gotas

Do amor que não virá

Sua boca úmida

Última estação

Para onde meus sonhos

Ainda teimam em partir

Mas estou cada vez mais distante

Um corpo no espaço

Vagando no espasmo dos desejos

Numa atmosfera nua

Carrego comigo

As marcas do teu abandono

Na minha face,

Cada vez mais visíveis

Porque o tempo me exaspera

Um moinho

Me moendo

Nos ermos da noite

Contudo, ainda creio na flor

Creia, ao lado da cerveja fria

Minha boca vazia

Ainda fala de amor!

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 27/08/2011
Reeditado em 01/09/2015
Código do texto: T3184964
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