OUÇA O POETA

Coração em desespero que deixou de amar,

Não encontra refúgios para a Alma ferida,

E as lágrimas são companheiras de sua dor,

Pois perdeu um amor onde se jogou feliz,

E agora não encontra lenitivos para se curar,

Diante de chagas doloridas que abriu feridas.

Procura em desespero todas as alternâncias,

Mesmo que sejam passageiras as emoções,

Talvez uma droga convidativa para se envolver,

E depois escrava nunca mais vai se libertar,

Pois a opressão é tão forte como correntes,

Que aprisionam mentes e corpos antes lindos.

Precisa de um apoio talvez em palavras e gestos,

Mas que seus ouvidos moucos não querem ouvir,

Pois se enveredou por caminhos da escuridão,

Que não se vê luz mesmo em dias de sol pleno,

E sua sorte está jogada num tremendo lamaçal,

Que aos poucos vai engolfando sua vida infeliz.

Numa noite em completo desespero e sem luz,

Uma folha de papel que a brisa lhe põe no colo,

Vê tecido um poema que lhe toca seu coração,

Pois fala de amor e a vida plena que antes tinha,

E as lágrimas foram escorrendo na face dolorida,

Pois sublimes eram as palavras que lhe tocou.

Um poeta dizia ser lindo o amor de uma criança,

Que a mamãe cuidadosa lhe dá de amamentar,

E as interações formam um cenário encantador,

Até que saciada a filhinha querida vai dormir,

Deixando rastros de perfumes que se espalham,

E ali a vida vai aos poucos adquirindo formas.

Diz ser maravilhoso o por do sol no seu descanso,

Pois antes pincela todas as nuvens ao derredor,

De cores tão singelas despertam as emoções,

E os enamorados aguardam em silêncio o que virá,

Uma noite cheia de estrelas piscando sem cessar,

Até que a lua esplendorosa convida todos para amar.

Rabisca palavras tão meigas ao descrever a natureza,

Com flores silvestres pincelando as matas verdejantes,

E convida para ouvir no silêncio da brisa que passa,

Os sons do marulho das águas do rio que quer brincar,

Que depois se joga numa cachoeira esplendorosa,

Deixando rastros de luz no lindo arco-iris que se forma.

Aquele coração tão triste que não ouviu as palavras,

Algumas sensatas só querendo amparar a sua dor,

Se toca pelas letras em rabiscos que o poeta escreveu,

E sua Alma entristecida sabe então que o amor virá,

Pois a jovem em prantos se liberta das amarras,

Fortalecida pelas simples palavras contidas num papel.

26-08-2011