Quisera...
quisera poder chorar,
soltar as amarras e
libertar essa dor;
quisera não te saber
nem tampouco te amar;
ah, ser forte como a morte
que não se faz esperar,
vem na hora certa
sem que se deixe adiar;
ah, ser frágil como a rosa,
perfumada e delicada
para o amor enfeitar;
quisera ser um ser
iluminado e no mundo brilhar;
os espinhos que, as vezes,
machucam também sabem
afagar, os inaptos rotulados
são aptos para amar;
(...) quero, posso e sei voar.
Marisa de Medeiros