SÓ DEPENDE DO ACASO
Precisamente qual se deu naquela tão desavisada ocasião
Fico a falar com minha solidão, quão bom seria nosso reencontro
O beijo que deixou meu ego tonto, aquela pele que incendiou-me a mão
E ainda hoje sem explicação, todas as vírgulas recusando-se a ser ponto!
Todas as indagações que não fizemos e que se traduziram livremente
Fizeram desse dia muito diferente de todos os demais que já vivi
Dia distante e mesmo assim não esqueci, vontade ainda recorrente
De outra vez olhar-te à minha frente, disposta uma vez mais a ser feliz!
Bem sei que antes mesmo que pensasse, eu logo te amaria
Intensamente tal como foi naquele dia, sem medo algum ou racionalidade
Num misto de paixão e voracidade, com insanidade e ousadia
Embriagando nossa sintonia em transbordante cálice de virilidade!
De fato, mal posso esperar por tão afortunada e renovada chance
Clamando ao destino que outra vez me alcance tamanha sorte
Eventualidade do mesmo porte, imagem forte de prazer e de romance
Que o acaso reconstrua essa nuance e ao teu corpo meu desejo ele transporte!
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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor