Cálice Vivente

Apenas sete madrugadas

separam-me da primeira flor

que germinei na última quimera,

aquela que me entorpeceu

com o bálsamo dos pequenos grandes idílios,

mestres das magistrais gaitas escocesas

ecoaando nos canteiros da esperança!

As cortinas estão se abrindo

já sinto teu sabor de mel

nas entranhas do teu relevo,

desenhado com mão do profeta

de todas as línguas,

de todos sons e desejos

nascidos nos pinhais da tentação!

É... Te encontrei...

nas cordas de uma harpa

apaixonada pela vida e pelos

sonhos mais lindos, que o olhar

pode buscar nas entrelinhas

em um inebriado poeta!

Os pífaros já dançam

a valsa dos amantes sob a luz

de todas as noites, de todas as aleluias

que traçamos nesta rota de idas e vindas

como criadores e criaturas deste contexto

vividos entre o real e o espaço

que nos tornou único no sentimento!

Mais uma manhã se chega,

regada pela brisa do teu suspiro

que canta em meus ouvidos

o bolero do cálice vivente

nas sedutoras estrofes

deste momento que vem se chegando

feito poeta e sua folha a espera do verso!

Auber Fioravante Junior

13/12/2006

Porto Alegre - RS