Aconteceu...
Aquela noite...
Não sei o que me viu passar na orla
Era uma segunda sóbria de lua fina
Enquanto assistia ondas indecisas
Tranqüilizava o corpo à areia e vinho,
O porto se fazia distante, imperceptível
E o moço buscava beijar-me, sem parecer
nem mesmo durável ao encontro forçosamente
fingido, quando na verdade, tudo era planejado
A isca foi mordia facilmente, sem emoção
nem destreza, a intenção foi criada em
preenchimento às horas que seguiam,
sabíamos do amanhã vazio e tedioso
apenas a areia no calçado e a roupa salgada
confirmavam a cena vagamente presente.
Como já havia previsto, a lua tornou dia
E tornou noites infindas, sem calendário
nem telefonemas apaixonados.
Aconteceu. Foi simples, angustiado.
Embora vago ainda lembro;
Nada demais aconteceu.