FLORES MURCHAS
A noite se apresentava com muitos
trovões e nos momentos dos relâmpagos
passei a ver por várias vezes uma
vulto de mulher colhendo rosas.
De repente e independente da chuva
continuar a visão que vinha observando
desapareceu sem deixar quaisquer vestígios
que permitisse identificá-la.
Porém antes de desaparecer captei
e ficou gravado em minha
mente um aceno como uma das mãos onde
segurava uma rosa vermelha.
A imagem vã que se acredita ver em
sonhos como as repentinas visões elas sempre
existiram e o que perturba o espírito é que
em cada caso nunca se chega a uma conclusão.
Todos os casos suscitam um mundo de
conjeturas amor em excesso e não correspondido
ciúmes por motivos torpes uma lacuna
intransponível estresse talvez proposição que
é afirmada ou negada a partir de outras...
Em que fato estará relacionado essas
fantasias as quais dependendo da
ocasião provoca reações de grande
inquietação ante a noção de um perigo
real ou imaginário.
Sei que acontece com todos no meu caso
e desse pensamento não abro mão é que
acentua-se tanto que sinto a volúpia
da solidão.
Quiçá seja por isso que se realça
o cheiro adocicado das flores murchas
depositadas há muito tempo em um solitário...