APENAS VENHA ME AMAR
Às vezes sentimos
Falta até dos fantasmas
Quando estamos na noite
Escura da alma!
A rosa toda prosa em doze dúzias
Oferece-te à grosa
Belo e sincero só o espelho
Quando o beijas de vermelho!
Com lábios de groselhas
Ele retribui-te dando-te a rosa
De teu próprio batom
Desta boca que trazes como serva
Em língua de conserva
Maravilhosamente aberta
Abrindo os mares entre as encostas
Dentro da cordilheira
Profunda e quimérica
De nosso amor sem métrica
Que vale o preço de ir e voltar
Do inferno ao paraíso demente
Que reside somente dentro da gente
Tudo pode ser uma ilusão
E os peixes não nadam nos mares
E nós não respiramos os ares
Mais nesta ilusão apesar dos pesares
Ainda estamos presos em castelos seculares
Pra me amares é preciso te molhar!
Em veículos salivares!
Vem linda flor
Beijar arquejante o orvalho
Tua íntima corola me colore-me deixa-me saber quem sois
Deixa-me rolar pelo teu verticilo interno
Que num só seremos dois