QUEM ME AMARIA?
Quem pode ser capaz de avistar todo contorno invisível de meu ser?
O meu prazer é transportar cada mistério além de mim
Pois inexisto enquanto meio e fim e não me quero ator mero a viver
Eu quero apenas ter o direito de contradizer todas as idas de quando vim!
Estou além das padronizações e não me vi até aqui produto costumeiro
De irrequieto verseiro, não me permito ir além das metas ilimitadas
Sendo coringa das cartas não marcadas, também sou lança e escudeiro
Um pensante forasteiro, refém das mais exóticas estradas!
Que agrada com punhais no peito e nunca fere com flores nas costas
Cujas evidências expostas são pouco dignas de conceituação
Que se permite a evolução das mutações sempre indispostas
Que indaga com respostas para ferir sem falsa compaixão!
Quem pode amar um homem tão flagrantemente antiterreno?
Que se acha gigante por ser pequeno, que vê beleza na feiura?
Pois na moldura que me retrata escorre a propriedade curativa do veneno
Homem que não se vê nem vendo, cujos olhos é uma jura!
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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor