Sonho azul


Ouço sinos tocarem
Nas velhas torres da minha infância
Foi naqueles jardins que não se vê
Que ainda criança
Criei meus primeiros sonhos

E desde então
Tenho sido em mim muitos outros
Meu corpo arroja-se
Faz grande esforço pra compreendê-los
Meus pensamentos fragmentam-se
Procurando saber à razão de cada um
Na frágil confusão do existir.

E eu sei que
Na profundidade invisível de minha alma
Todos naqueles sonhos me condenam
Suas ânsias me atravessam muito fundo
Tornando-me homem da noite pro dia sem nenhum pudor.

Mas os sonhos vão fio a fio tecendo uma nova manhã
E eu também sou feito de sonhos
E de manhãs
Minha longa e solitária caminhada
É às vezes suavizada pelos doces carinhos
Que me servem adoráveis mulheres
E o sol desta manha é azul
Simplesmente
Por que o sonho em que eu amo viver a vida é infinitamente azul...