Nas carícias de Deus Pai
Edson Gonçalves Ferreira
Deus enfiou-Se em minha casa musicalmente.
Ele desceu das alturas nas notas do piston
de meu pai Arlindo. A Virgem chegou também
e Ela, a forte, Mãe, na doce chama dos violinos
da Tia Eulina e do Tio João.
Foi lindo para o Edson-menino descobrir,
Descobrir no fogo das carícias famíliares Deus,
A majestade permitida humana no seio de um lar.
Ouviam-se os bandolins dos partidos avós músicos
Os acompanhantes de Deus
E a ternura ressuscitada das Tias Criola e Bebê...
O menino-poeta saciado do que é e será, sempre
Terrivelmente humano e divino. A posse de Deus
Entre gozo e ranger dos dentes. Sim, era assim...
Ao toque dos instrumentos, o mundo transfigurava,
O céu feito na terra
E Joaquim Lara olhava
E na festa santa, as santas serviam milagres:
A comida farta sobre o banco do carpinteiro,
Minha mãe Nita e suas mãos milagrosas,
As valsas das tias Luiza e Eulina. Cristo, entre José e Maria,
Dançava, dançava, dançava como eu que, agora,
Sacudido de grande santidade de ser humano, bruto,
Cabeça esbarrando nas coisas e em Deus, acordo
Acordo de dia e de noite, arrepiado, com susto bom
De música enchendo novamente a casa.
pág. 36 do livro "Nas garras de Deus", de Edson Gonçalves Ferreira, publicado em 1984.
Olhos verdes
de Edson Gonçalves Ferreira
para Fernanda Araújo (Lúcia Fonseca & Rodrigues)
A homenageada Fernanda Araújo
Olhos como queixume
Estão, agora, prontos para a partida
Lembrar-me-ão dos mouros castelos em Portugal
De onde me veio todo o lirismo
Que, hoje, casado com o canto do sabiá, explode
Explode em canções tristes e alegres
Pois quem canta, canta os males e os quereres encanta
E nós que nascemos nos montes, cantamos muito aquém de cá
Alcançamos o mar e, quando a lua surge, nosso olhar se põe a embalar
Somos poetas para a vida encantar.
Divinópolis, 22.08.2011
OBSERVAÇAO:
Meu livro "Chupando caquis" não está à venda em
nenhum site na Internet, só nas livrarias em
Divinópolis.
Edson Gonçalves Ferreira
Deus enfiou-Se em minha casa musicalmente.
Ele desceu das alturas nas notas do piston
de meu pai Arlindo. A Virgem chegou também
e Ela, a forte, Mãe, na doce chama dos violinos
da Tia Eulina e do Tio João.
Foi lindo para o Edson-menino descobrir,
Descobrir no fogo das carícias famíliares Deus,
A majestade permitida humana no seio de um lar.
Ouviam-se os bandolins dos partidos avós músicos
Os acompanhantes de Deus
E a ternura ressuscitada das Tias Criola e Bebê...
O menino-poeta saciado do que é e será, sempre
Terrivelmente humano e divino. A posse de Deus
Entre gozo e ranger dos dentes. Sim, era assim...
Ao toque dos instrumentos, o mundo transfigurava,
O céu feito na terra
E Joaquim Lara olhava
E na festa santa, as santas serviam milagres:
A comida farta sobre o banco do carpinteiro,
Minha mãe Nita e suas mãos milagrosas,
As valsas das tias Luiza e Eulina. Cristo, entre José e Maria,
Dançava, dançava, dançava como eu que, agora,
Sacudido de grande santidade de ser humano, bruto,
Cabeça esbarrando nas coisas e em Deus, acordo
Acordo de dia e de noite, arrepiado, com susto bom
De música enchendo novamente a casa.
pág. 36 do livro "Nas garras de Deus", de Edson Gonçalves Ferreira, publicado em 1984.
Olhos verdes
de Edson Gonçalves Ferreira
para Fernanda Araújo (Lúcia Fonseca & Rodrigues)
A homenageada Fernanda Araújo
Olhos como queixume
Estão, agora, prontos para a partida
Lembrar-me-ão dos mouros castelos em Portugal
De onde me veio todo o lirismo
Que, hoje, casado com o canto do sabiá, explode
Explode em canções tristes e alegres
Pois quem canta, canta os males e os quereres encanta
E nós que nascemos nos montes, cantamos muito aquém de cá
Alcançamos o mar e, quando a lua surge, nosso olhar se põe a embalar
Somos poetas para a vida encantar.
Divinópolis, 22.08.2011
OBSERVAÇAO:
Meu livro "Chupando caquis" não está à venda em
nenhum site na Internet, só nas livrarias em
Divinópolis.