E SE O AMOR CHAMAR POR MIM?

O que há de ser de ti, que tanto te enganas inutilmente?

Como tornar demente o sábio instinto de teu apaixonado coração?

Se ao te tocar a própria mão, vês teu pensar num viajar tão reticente

Mas nem assim me faz ausente da imaginária cena de paixão!

Como adornar prazeres noutros encantos e ternuras?

Com amarguras não se apaga o legado visível dessas digitais

Seguem-se tão óbvios sinais, negados por tão surreais loucuras

Que nem as noites mais escuras detém o sol daqueles beijos sem iguais!

Amargo há de ser o escorrer dos lábios outrora açucarados

Que ditam verbos disfarçados, mas algo oposto conjugam silenciosamente

Mentindo ao sentimento latente, ferindo os sonhos já curados

Deflagrando tolos passos parados e desaguando em meu mar novamente!

Pois se chamar por mim o mesmo amor, que poderás fazer?

Irás correr como um patético entardecer, negando o reino da alvorada?

Decerto cega e calada, tudo dirás e hás de ver

Que teu abraço só feito pra me ter - Que meu amor é tua única morada!

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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 19/08/2011
Reeditado em 20/08/2011
Código do texto: T3169377
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