Escolha de amor (I): Ela

Da janela ela observa os carros na avenida,

Espera encontrar algo diferente no horizonte,

Tenta distrair suas preocupações com trabalho,

Não quer se prender no tempo marcado pelo relógio...

Do computador ela resolve sua vida profissional,

Trabalha seus manuscritos e envia-os pela internet,

Ouve suas músicas de arquivo, aliviando a tensão do dia,

Sorri a liberdade que possui sendo dona de si mesma....

Há muito aprendeu a viver pelos caminhos da independência,

Tornou-se forte num mundo de tantos desafios e mágoas,

Fez-se guerreira mesmo nos momentos em que deveria chorar,

Precisava libertar-se das correntes que lhe aprisionavam...

Sentimentos foram esquecidos ou disfarçados,

Mas a vida não segue sempre igual com o controle de tudo,

E na loucura de um trajeto virtual encontrou algo estranho,

Surgiu um amor fora de qualquer padrão ou determinismos...

Poderia ter ignorado sua existência e esquecido a insistência,

Poderia ter fingido não se importar com o que acontecia,

Poderia ter fechado a porta de seus sentimentos à novidade,

Fez sua escolha sem se deixar dominar pela insegurança natural...

Resolveu entregar-se com intensidade a paixão que ardia,

Fez da fogueira de uma noite o farol da tempestade em alto mar,

Estendeu as mãos para não mais caminhar sozinha pelas veredas,

Abraçou o que lhe era ofertado com toda a profundidade de sua alma...

Tão livre ela é, agora amando e sendo amada...