O GANHO DAS PERDAS

Um dia perdi o comando das diretrizes pessoais

E fui levado em vendavais, igual varridas tempestades

Perdi as grades que detinham meus instintos e temores irracionais

Tornando-me o mais morto dos imortais e o mais plebeu das majestades!

Um dia fui vendido á fuga inútil da escravidão

Com a força de um ancião, regado a lágrimas de menino

Riscado pelas linhas do destino e reescrito pela ilusão

Açoitado pela fascinação e administrado pelo desatino!

Um dia acordei desprovido de identidade, no leito do ego desfigurado

Vendo-me fraturado pela cura das realidades

Dividido de minhas duas metades, voando algemado

Um dia me perdi pra ser achado, unificado em indissolúveis dualidades!

Mas se perdi tamanhamente, então sou eu mero vivente, triste e vão?

Decerto grito que não e que a fortuna, no que perdi, hoje me achou

Se já não tenho tudo que ora já não sou, se toda perda é mal vilão

Algo maior ganhou meu coração, quando invadido por tão rico amor!

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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 19/08/2011
Código do texto: T3168944
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