Io e te
Você ontem se prendeu a mim,
E vestiu-se de meu corpo louco,
Insano, mas de felicidade por fim,
De quem tem muito, mas ainda acha pouco...
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E assim continua a buscar,
Da alma ao corpo, do corpo ao coração,
A fórmula para sua poção de amar,
Quiçá a química quimera de sua paixão...
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Pois isso é como um fruto sazonado,
No prazer mascarado por sua mão,
Que alicia o meu corpo para o pecado,
Para amar, até perder a razão...
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Assim que os seios se recostam ao meu peito,
Como as folhas que tocam as pétalas,
E se roçam ao vento, mágico, tão perfeito,
Exalando ao perfume que nos completa...
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Amor, não mais que amor, paixão,
Que arrepia o corpo, e a pele não mente,
Pois se sente atraída, na interminável sedução,
Do suor, desejos, e lágrimas de teu ventre...
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Ventre que torneado por uma ceda fina,
Transparece ao veneno que provem de tu’alma,
Então venha, venha e me contamina,
Incendeia-me, mas depois me acalma...
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Pois quero lhe encontrar, onde tu te perderas,
No labirinto do amor, tu não tens como escapar,
Aqui não existe uma razão que se pondera,
Pois não existe razão, a quem só deseja amar...
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Pois a razão se perde no toque, perde na língua,
Que percorre o corpo a procura do sabor,
Estreitando o prazer numa ação contígua,
De quem corre somente pelas estradas do amor...
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E esse em alta velocidade, retilíneo,
Perdendo-se nas curvas de tua simetria,
Capotando por sobre seu corpo veludíneo,
Onde repousa a sua eterna magia...
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E por frações de segundo eu vivo a eternidade,
A eternidade de lhe ter por alguns segundos,
Efêmero, mas que busca uma continuidade,
Fazendo de nossos corpos, o nosso pequeno mundo...