Io e te

Você ontem se prendeu a mim,

E vestiu-se de meu corpo louco,

Insano, mas de felicidade por fim,

De quem tem muito, mas ainda acha pouco...

~

E assim continua a buscar,

Da alma ao corpo, do corpo ao coração,

A fórmula para sua poção de amar,

Quiçá a química quimera de sua paixão...

~

Pois isso é como um fruto sazonado,

No prazer mascarado por sua mão,

Que alicia o meu corpo para o pecado,

Para amar, até perder a razão...

~

Assim que os seios se recostam ao meu peito,

Como as folhas que tocam as pétalas,

E se roçam ao vento, mágico, tão perfeito,

Exalando ao perfume que nos completa...

~

Amor, não mais que amor, paixão,

Que arrepia o corpo, e a pele não mente,

Pois se sente atraída, na interminável sedução,

Do suor, desejos, e lágrimas de teu ventre...

~

Ventre que torneado por uma ceda fina,

Transparece ao veneno que provem de tu’alma,

Então venha, venha e me contamina,

Incendeia-me, mas depois me acalma...

~

Pois quero lhe encontrar, onde tu te perderas,

No labirinto do amor, tu não tens como escapar,

Aqui não existe uma razão que se pondera,

Pois não existe razão, a quem só deseja amar...

~

Pois a razão se perde no toque, perde na língua,

Que percorre o corpo a procura do sabor,

Estreitando o prazer numa ação contígua,

De quem corre somente pelas estradas do amor...

~

E esse em alta velocidade, retilíneo,

Perdendo-se nas curvas de tua simetria,

Capotando por sobre seu corpo veludíneo,

Onde repousa a sua eterna magia...

~

E por frações de segundo eu vivo a eternidade,

A eternidade de lhe ter por alguns segundos,

Efêmero, mas que busca uma continuidade,

Fazendo de nossos corpos, o nosso pequeno mundo...

Marco Ramos
Enviado por Marco Ramos em 06/07/2005
Código do texto: T31687