- AMO!
não há novidade
em amar
e dizer:
- amo!
há em descobrir como
dessaber o porquê,
o para quê...
(ah, essa busca insensata
das razões do sentir...)
amar de verdade... que maldita verdade?
cada pequena falta de senso?
cada ínfimo desvario?
cada fremido?
cada flor despetalada em bem/mal-me-quer?
cada calafrio?
cada gosto de beijo?
cada desejo?
cada delícia?
cada desenfreio...?
amo a verdade injustificada
aquela que é mais que a verdade
d’um amor esdrúxulo, compulsivo,
descabido...
assumo meu absurdo
– esse meu maravilhoso absurdo -
tal fosse
o melhor absurdo
que pudesse ganhar a realidade
na insanidade covarde desse mundo
amo.
se amo é porque posso amar.