O que é o Amor?...
Eu te esperei nas noites imensas
E nos dias de sol em que a luz eu não via.
Eu te busquei... Mas tu não me buscaste!
Eu sofri tanto! Mas tu não lutaste
Por mim...
Como meu teto eu tive as estrelas
E como meu leito o musgo e a relva
Como coberta, tapei-me de pranto
E por travesseiro eu tinha teu nome
Que pronunciava baixinho, nas noites escuras.
Eu te chamei e tu não me ouviste.
Lutei eu por ti. Nem sabes o quanto!...
Nem avalias quantas vezes morri!...
Eu fui lagarta, depois borboleta
E deixei-me prender pelos teus olhos lindos
E no alfinete, que me espetaste no peito,
Dei-te o alento, entreguei-te a vida,
Morrendo e sorrindo...
- Mas tu nada me deste
A não ser dor, incerteza, e ferida...
Tu só me querias... E vinhas
De vez em quando... E me olhavas,
Beijavas... E meu coração sempre se iludindo.
Amor que me mata, Amor tão bem nascido,
Amor que foi dor e foi sempre sofrido,
O que eu deixei que fizesses
Comigo? Com a minha Vida?...
(...)
Mas tu não respondes...
Nem eu me respondo!
Mas o Amor responde com voz dolorida:
- O Amor se basta a si mesmo! Assim é a Vida
Pois pior é viver sem me haver conhecido...
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Nota: mais um poema de Esperança, que, em breve, há de voltar ao Recanto! Val.