Cântico dos Amantes
Quando nossas carnes se encontram
O fogo arde intensamente...
Das nossas mãos emanam chamas
Acesas como tochas,são ardentes
Nossas vidas se tocam
Nossas almas se sentem
Nossos dedos constroem as caricias
Dos múrmuros abafados,aos olhares latentes
Nossas pernas se cruzam em um ato
Suas coxas dentro das minhas
Mostram o que somos de fato
Nosso amor é feito entre linhas
Os gritos ressonantes das noites
Os ventos invadindo as janelas
Suas unhas aranham como açoites
Em meio a palavras sinceras
Poemas lidos na varanda..
Praticados nos toques humanos
Sorrisos amantes,laços vazios
Arrepios de abraços mundanos
O gosto amargo de beijos doentes
O chão ao olhar....Testemunha
Trocas mal feitas,tão evidentes
Quanto acreditar piamente,em tantas calunias
Mas ao ir,sinto separar nossas costelas
No ato da criação,me conduzo ao fim
Enquanto rompemos com nossas mazelas
Olhos que dizem não,golpes que dizem sim
Em quem acreditar?Então suplico
Ficar aqui a olhar o mar
As ondas a bater num céu de vidro
Dois amantes a se jurar
Entre facas e punhais em fim decido
Matar-me-ei ao vim fúnebre do luar
Prefiro debater-me em suplicio
Do que entregar-me ao sacrifício do não te amar