Cântico dos Amantes

Quando nossas carnes se encontram

O fogo arde intensamente...

Das nossas mãos emanam chamas

Acesas como tochas,são ardentes

Nossas vidas se tocam

Nossas almas se sentem

Nossos dedos constroem as caricias

Dos múrmuros abafados,aos olhares latentes

Nossas pernas se cruzam em um ato

Suas coxas dentro das minhas

Mostram o que somos de fato

Nosso amor é feito entre linhas

Os gritos ressonantes das noites

Os ventos invadindo as janelas

Suas unhas aranham como açoites

Em meio a palavras sinceras

Poemas lidos na varanda..

Praticados nos toques humanos

Sorrisos amantes,laços vazios

Arrepios de abraços mundanos

O gosto amargo de beijos doentes

O chão ao olhar....Testemunha

Trocas mal feitas,tão evidentes

Quanto acreditar piamente,em tantas calunias

Mas ao ir,sinto separar nossas costelas

No ato da criação,me conduzo ao fim

Enquanto rompemos com nossas mazelas

Olhos que dizem não,golpes que dizem sim

Em quem acreditar?Então suplico

Ficar aqui a olhar o mar

As ondas a bater num céu de vidro

Dois amantes a se jurar

Entre facas e punhais em fim decido

Matar-me-ei ao vim fúnebre do luar

Prefiro debater-me em suplicio

Do que entregar-me ao sacrifício do não te amar

Carol S Antunes
Enviado por Carol S Antunes em 16/08/2011
Reeditado em 16/08/2011
Código do texto: T3163169
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.