Raio de Luar

Embriagado,

Entre as castas do outrem, alço voo,

Deixo-me levar pela pena úmida

Despindo minhas folhas, destinando

Alvoradas e luares a pérola flor!

No sublimar da roca dos tempos,

Sou nostalgia calada no colo,

Nas telas que emergem no ventre

Semeando paixão, linhas para tecer

O dançar puro das carruagens em sofreguidão!

Ouvindo os ventos do norte,

Sigo na trilha dos moinhos

Colhendo versos, quimeras,

A essência lira de cada lágrima

Pintando luz e esperança, de ter e sentir

O sabor do vinho dentre os cômodos,

Da pele violeta aveludada exalando jasmim,

Cultuando sussurros, fantasiando sutilezas,

Sorvendo no âmago a tatuagem do amar!

Ah! Mistérios do poetar,

Tua luz, teu beijo, teu raio de luar!

Auber Fioravante Júnior

15/07/2011

Porto Alegre - RS