Que se danem as convenções sociais!
Eu queria ter vontade de te abraçar
Tesão pra isso tenho demais;
Queria te beijar e apertar bem juntinho,
Dormir agarrado, sentir a respiração,
O suor incomodando, as batidas do coração…
Queria ser louco, mais que sou…
Não me lembrar de nada, do passado,
Pensar só no que sinto, no que desejo…
Mas o medo e as convenções me prendem
Meu íntimo me inibe, me previne…
Queria ter coragem de deitar,
Sentir a dor, o tesão do amor,
Gemer, sussurrar, tremer,
Explodir em gozo, em alegria e gemido…
Sentir o prazer de ser o que quero ser
Mas as convenções sociais me amarram,
Me atam e me prendem a este mundo
Um lodaçal de podridão e desespero
Que me priva de sentir o que sou…
Que se danem as convenções sociais
Quero ser a dor, o pavor e o rancor,
Por mais que eu queira, não vou
Não quero baixar a crista,
Não quero nem vou me rebaixar e amar…
Que se danem as convenções sociais!
15 de agosto de 2011
Salvador-BA