Coração preguiçoso

Meu coração tão silente

Segue inerte no seu canto

Bate baixinho, indolente

Sem paixão e sem encanto.

Nada o move, em desengano

Finge que é morto o danado

Passa dia e passa ano

Permanece recatado.

Já não faz juras de amor

Nem mais perde o rebolado

Cansou de ser sonhador

Vai quieto, acabrunhado.

Já não se altera, vadio

No seu fraco movimento

Qualquer dia, sem um pio

Permite o meu pó, ao vento.

ANA MARIA GAZZANEO
Enviado por ANA MARIA GAZZANEO em 15/08/2011
Reeditado em 15/08/2011
Código do texto: T3160925