Coração preguiçoso
Meu coração tão silente
Segue inerte no seu canto
Bate baixinho, indolente
Sem paixão e sem encanto.
Nada o move, em desengano
Finge que é morto o danado
Passa dia e passa ano
Permanece recatado.
Já não faz juras de amor
Nem mais perde o rebolado
Cansou de ser sonhador
Vai quieto, acabrunhado.
Já não se altera, vadio
No seu fraco movimento
Qualquer dia, sem um pio
Permite o meu pó, ao vento.