Capelinha abençoada

Capelinha abençoada

Situada ao pé da serra

Infiltrada na floresta

Fincada em cima da pedra

Somente o cheiro de terra

E os passarinhos em festa.

Velha capela crioula

De portas sempre abertas

Onde chorei meu amor

Por vezes e horas incertas

Testemunhou o meu pranto

Em teu silêncio, o acalanto

Dividindo comigo, a dor

Lá em teu altar,

Abre os braços, meu senhor

Chamando-me “vem, meu filho”

Eu entendo tua dor

“Deixa eu te confortar”

Somente quem sabe amar

É que pode falar de amor

Quantas vezes eu olhei para trás

Em direção da tua porta

Vendo ao longe o azul de céu

Imaginando meu amor chegar

Vestida de noiva e sem véu

Para comigo casar

Capelinha do sertão

Hoje ainda está lá

Meu amor brigou comigo

Mas não canso de esperar

Ainda caso com ela

Em frente do teu altar.

Luis Roggia
Enviado por Luis Roggia em 13/08/2011
Código do texto: T3157708